Capítulo 95

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            - Pai?
          - Leôncio... Filho, você voltou!
          - Meu pai... O que o senhor fez?
          - O que eu fiz? Nada, filho... Eu nunca te fiz nada, Leôncio!
          - Aquela carruagem não era para mim, pai... Como pôde fazer aquilo pai?
          - O quê? Eu não fiz nada, Leôncio... Filho, Leôncio, não vá embora! Leôncio?! LEÔNCIO!









...







          - A senhora ouviu os gritos, dona Cila?
          - Sim, doutor. Corri para ver o que era, chamava pelo senhor Leôncio. Quando o toquei percebi o quanto estava quente, uma febre forte! Mandei um capataz chamá-lo rapidamente, e o senhor Lázaro também.
         - A senhora fez bem.





         - Acha que o meu pai pode estar enlouquecendo?
         - A febre estava bastante alta, deve ter delirado apenas. Além de tudo ele já é velho, não me surpreende tamanha reação.
         - E o que deve ser feito?
         - Compressas com água, chás, remédios que possam ajudar a baixar. Dona Cila com certeza conhece muitos remédios para isso.
         - É bom ficar em observação?
         - Agora ele voltou a dormir, creio que não acordará por agora.
         - De fato!
         - Bom, vou deixar anotado para o senhor como podem fazer tudo. Agora eu preciso ir!
         - Muito obrigado, doutor. Depois nos acertamos!
         - Não se preocupe com isso, senhor Lázaro. Com licença!
        





                   Lúcio se retirou, e Cila se aproximou de Lázaro.





         - Ontem o barão ordenou que eu chamasse o senhor Leôncio para almoçar, e ainda sem a dona Eugênia. Perguntou a menina Berenice se ela tinha vindo dar aulas, e parecia desnorteado com o que está acontecendo.
         - Talvez já estivesse com essa febre, mas piorou nessa madrugada.
         - Sim, pode ter sido.
         - Eu vou caminhar um pouco pela fazenda, a senhora pode ficar aqui no quarto por gentileza?
         - Claro, eu o espero!
         - Agradeço!












                    Branca estava tomando uma xícara de café com Eugênia, em uma visita que fez. As duas conversavam sobre o retorno de Leopoldo, e o chamado de Lázaro até a fazenda.



         - Imagina quanta coisa poderá mudar a partir de agora?
         - Espero que mude para o nosso lado, para a melhor!
         - É incrível como o barão Leopoldo aparenta ter muita boa sorte.
         - Deve ter algum pacto, com certeza.
         - Pensa mesmo isso, Eugênia?
         - Você duvida?
         - Eu já não sei mais de nada, te juro.
         - Mas devo lhe dizer que estou surpresa com a sua visita. Andou por muito tempo de cara fechada para mim, e pior, sem motivo algum.
         - Entende que nós mulheres somos uma mistura de sentimentos, não é?
         - Sei...
         - Ah, a sua casa é muito bonita. Tudo de bom gosto!
         - Eu agradeço, querida! Virgínia ajudou-me a escolher a casa.
         - Lembro-me bem desse dia.
         - Mas o que acha que aconteceu para o seu marido ter ido tão depressa para a fazenda como você disse?
         - Parece que o barão teve uma piora, uma febre... O capataz não explicou direito.
         - Ah sim? Interessante.
         - Isso me agonia, precisava conversar com alguém, a Virgínia mal me escuta.
         - E escolheu a minha pessoa? Realmente surpreendente!
         - Bom, é melhor eu ir.
         - Não! Fica, Branca. Gosto muito de companhia... Além disso, Virgínia mal subiu para o quarto de Maria Vitória.
         - Me pergunto sobre o quê, logo elas duas estão conversando.
         - Pergunto-me a mesma coisa, juro!   - Risos.















Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now