Capítulo 105

52 5 2
                                    








Tempos depois...



8 de maio 1888



O julgamento do Barão Leopoldo

Parte 1








                       Enquanto caminhava pelas ruas, Maria Vitória respirava fundo, e tentava não se mostrar nervosa ao lado de Eugênia.


         - Deveríamos ter pego uma carruagem, Maria Vitória.
         - Eu não quis para poder respirar, acalmar os ânimos...
         - Será que já chegaram todos? Maria Vitória, estou mais nervosa do que você, acredite.
         - Nós duas estamos!
         - Espere...   - Ela parou.
         - O que foi? Temos que seguir.
         - Seja lá o que for acontecer hoje, não se esqueça, nós temos e sabemos qual é a verdade.
         - Eu jamais me esqueceria! Estamos indo em busca de um justiça que parecia distante, e veja só... Pode acontecer hoje mesmo! Vamos?
         - Vamos, minha filha. Vamos!






...








                    Ana Laura caminhava pela sala de casa, e Hilde a observava, até que se esgotou e tentou acalmar a patroa.


         - Dona Ana Laura, por favor, sente-se! Estás muito nervosa.
         - Logo o julgamento deve começar, Hilde. E estou aqui, sem notícias, sem saber o que se passa.
         - Vais passar é mal se continuar assim. Dona Ana Laura, prometi ao senhor Celso que cuidaria da senhora, pense no bebê que espera.
         - Eu sei, Hilde, eu sei... Mas me dá um nervoso sem tamanho, uma angústia... Ai, me sinto mal!
         - Viu? Por favor, senhora, aquiete-se!
         - Pronto... Estou bem.   - Ela se sentou.
         - Eu vou colocar a mesa do café da manhã para a senhora, depois tome água com açúcar, lhe fará bem.
         - Sim, Hilde... É bom comer algo antes que a fraqueza aumente junto ao nervoso.



                A mulher correu para abrir a porta assim que viu que alguém havia chegado, e se animou, anunciando para a patroa a chegada de Branca.



         - Mamãe? Ah... Mas o que faz aqui? Pensei que ficaria no julgamento.
         - Parece que algumas mudanças foram feitas, minha filha. Querem poucas pessoas presentes, e menos tumulto, principalmente quando o Barão chegar.
         - E os outros?
         - Virgínia claro, teve que ficar. Lázaro seguiu para buscar as pessoas da fazenda junto ao Henrique.
         - Estou tão aflita, mamãe!





         - Sentiu-se até mal, dona Branca. Eu até estava indo colocar a mesa do café da manhã antes da senhora chegar.
         - Vai Hilde, prepare! Avise assim que terminar, sim?
         - Claro, com licença!

Escrava Sinhá [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora