Leopoldo parou por alguns segundos. Estava travado, sem fala.
- Pai... Está me ouvindo?
Silêncio.
- Meu pai, por favor, diga alguma coisa.
Leopoldo se levantou.
- Quem o matou?
- Nós ainda não sabemos. Uma carruagem... Não sei, ele também caiu de um cavalo, em seguida foi atropelado. Devemos ser fortes, meu pai! Não se esqueça, o senhor tem a mim, a Maristela, e nós sempre vamos...
- Vá embora! Saia daqui, agora!
- Perdoe-me, mas não vou. Meu pai, por favor, permita receber o meu afeto, o colo dos seus outros filhos.Leopoldo não olhou para Lázaro.
- A fazenda está de luto, comunique isso a todos. Eu quero ficar sozinho... Ninguém deve me perturbar, as portas da casa estarão fechadas.
- O senhor não vai ao menos... Ah, deixe para lá. O velório começará no início da noite. Com licença!Leopoldo apenas subiu as escadas, e trancou-se no quarto. Lázaro ficou surpreso com a reação do Barão, e não soube dizer se era algo saudável, ou o pai apenas não demonstrava sentimentos diante de alguém. O filho mais velho se retirou da casa, fechando as portas.
- Reúna todos os capatazes e escravos em um único local, preciso comunicar algo com extrema urgência. - Disse Lázaro para um capataz.
- Aconteceu algo, senhor?
- Apenas faça o que lhe pedi.O capataz o fez.
Capatazes e escravos olhavam atentamente para Lázaro, enquanto o filho mais velho do Barão engolia seco, tentando encontrar palavras para dizer o que deveria.
- Bom... Quero que todos ouçam o que irei dizer. Não vou falar de novo... Pois me dói, me fere, e faz de mim um fraco, pois é uma dor incontrolável. Então ouçam bem... Hoje, pela manhã... Aconteceu um acidente. Um acidente de repente, muito rápido, sem direito impedimento. Nesse acidente, estava o meu irmão... O Leôncio, o filho caçula, e amado do meu pai, o Barão Leopoldo. Ele foi socorrido, como pôde, como foi capaz. Mas não teve jeito. Ouçam... - Lázaro respirou fundo. - Leôncio está morto! O meu irmão morreu. - Ele engoliu seco novamente, capatazes tiraram seus chapéus, abaixando suas cabeças. - A fazenda está de luto, e meu pai não deseja ser perturbado por ninguém. Agradeço a compreensão de todos. Obrigado!
Dandára que estava entre eles, ficou paralisada. Suas mãos esfriaram, e seu sangue parecia não correr mais. Ela estava imóvel, e não sabia o que fazer, nem como agir. A informação era ressente, talvez ela não tenha escutado bem.
![](https://img.wattpad.com/cover/201348583-288-k831901.jpg)
YOU ARE READING
Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...