Capítulo 77 - Parte 3

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         Leopoldo parou por alguns segundos. Estava travado, sem fala.


    - Pai... Está me ouvindo?




         Silêncio.



    - Meu pai, por favor, diga alguma coisa.



         Leopoldo se levantou.



    - Quem o matou?
    - Nós ainda não sabemos. Uma carruagem... Não sei, ele também caiu de um cavalo, em seguida foi atropelado. Devemos ser fortes, meu pai! Não se esqueça, o senhor tem a mim, a Maristela, e nós sempre vamos...
    - Vá embora! Saia daqui, agora!
    - Perdoe-me, mas não vou. Meu pai, por favor, permita receber o meu afeto, o colo dos seus outros filhos.




      Leopoldo não olhou para Lázaro.




    - A fazenda está de luto, comunique isso a todos. Eu quero ficar sozinho... Ninguém deve me perturbar, as portas da casa estarão fechadas.
    - O senhor não vai ao menos... Ah, deixe para lá. O velório começará no início da noite. Com licença!




         Leopoldo apenas subiu as escadas, e trancou-se no quarto. Lázaro ficou surpreso com a reação do Barão, e não soube dizer se era algo saudável, ou o pai apenas não demonstrava sentimentos diante de alguém. O filho mais velho se retirou da casa, fechando as portas.



    - Reúna todos os capatazes e escravos em um único local, preciso comunicar algo com extrema urgência.  - Disse Lázaro para um capataz.
    - Aconteceu algo, senhor?
    - Apenas faça o que lhe pedi.





         O capataz o fez.












         Capatazes e escravos olhavam atentamente para Lázaro, enquanto o filho mais velho do Barão engolia seco, tentando encontrar palavras para dizer o que deveria.


    - Bom... Quero que todos ouçam o que irei dizer. Não vou falar de novo... Pois me dói, me fere, e faz de mim um fraco, pois é uma dor incontrolável. Então ouçam bem... Hoje, pela manhã... Aconteceu um acidente. Um acidente de repente, muito rápido, sem direito impedimento. Nesse acidente, estava o meu irmão... O Leôncio, o filho caçula, e amado do meu pai, o Barão Leopoldo. Ele foi socorrido, como pôde, como foi capaz. Mas não teve jeito. Ouçam...  - Lázaro respirou fundo.  - Leôncio está morto! O meu irmão morreu.  - Ele engoliu seco novamente, capatazes tiraram seus chapéus, abaixando suas cabeças.  - A fazenda está de luto, e meu pai não deseja ser perturbado por ninguém. Agradeço a compreensão de todos. Obrigado!





         Dandára que estava entre eles, ficou paralisada. Suas mãos esfriaram, e seu sangue parecia não correr mais. Ela estava imóvel, e não sabia o que fazer, nem como agir. A informação era ressente, talvez ela não tenha escutado bem.



Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now