Maristela foi cedo a fazenda de Lázaro e contou toda a situação embaraçosa da noite anterior. Branca deu apoio para a cunhada, enquanto a mesma convencia que o psiquiatra era a solução, ou até mesmo um internamento.
- Maristela, se ele realmente não estiver bem da cabeça, fez o que fez ontem por delírio apenas.
- Delírio não, foi por maldade! Eu reconheço quando algo não é bom, Lázaro.
- Mas ele ter levado a sua boneca não foi algo surpreendente, o que há de mal nisso?
- Levou a boneca de propósito! Citou o nome da nossa mãe, mesmo sabendo que ele a tirou do mundo!
- Eu não vejo por esse lado se ele realmente não estiver ciente do que fez. Ouça, eu vou agora mesmo para a fazenda, e terei uma conversa direta com os guardas.
- Nisso eu concordo, afinal para quê estão lá se não for para vigiá-lo?
- Tentarei esclarecer as coisas, fique calma! - Lázaro se retirou.- Branca, você concorda comigo, não é mesmo?
- Concordo, claro! Mas o Lázaro também tem razão ao dizer que talvez a ação do Barão se deve a falta de memória.
- Não perdeu a memória coisa nenhuma! Pode ser perturbado pela mente pesada, mas não passa disso.
- Fique tranquila, sim? Mudando de assunto, quer dizer então que Berenice está de namorado, e é o doutor?
- É sim, como eu disse foi no jantar de ontem que tudo aconteceu.
- Não fiquei sabendo do jantar.
- Foi algo pequeno, apenas para nós. Esperamos ter uma oportunidade de um jantar maior, mas no momento não havia um ar para isso.
- Deseje felicidades para ela em meu nome, sim?
- Claro! Obrigada! Falando nisso eu saí e nem avisei para onde iria. Ela e Peixoto devem ter se preocupado.
- Imagino que sim.
- Bom, obrigada por me ouvir, Branca! Eu já estou de saída.
- Não quer tomar um chá, ou um café?
- Fica para um outro dia, sim? Até logo!
- Eu a acompanho até a porta!Dandára correu escondida até Edmundo. No meio do mato se abaixou, e cochichou rápido para ele que tentava não se mostrar distraído, para não chamar atenção dos capatazes.
- O que foi Dandára?
- Venho da cozinha, a minha mãe disse que ontem à noite o Barão saiu pra pertubar a dona Maristela. Parece que ela o enfrentou com fúria!
- Mas eu achei que ele não pudesse sair da fazenda, é contra a lei!
- Também pensei, mas a peste deve ter comprado um outro capataz.
- Quem contou isso para a dona Cila?
- O filho mais velho, Lázaro, está aqui. Ela disse que agora mesmo ele está em reunião com os guardas que o ministro colocou como vigias.
- O Barão passou a perna em todos outra vez.
- Sim... De novo!
- Isso quer dizer que talvez ele não esteja tão louco assim.
- Ou pode confirmar uma loucura maior! Ouça, continue atento... Nesse homem não se pode confiar de jeito nenhum!
- Não confio nunca. Mas volte, Dandára... Se te pegam aqui, escondida...
- Eu já sei. Fica de olho!Lázaro estava no escritório do Barão enquanto o mesmo dormia. Ele tinha a companhia dos três guardas que ficaram responsáveis de impedir qualquer fuga do Barão.
YOU ARE READING
Escrava Sinhá [Concluída]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, uma das mais belas moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o me...