Capítulo 98

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                         Maristela foi cedo a fazenda de Lázaro e contou toda a situação embaraçosa da noite anterior. Branca deu apoio para a cunhada, enquanto a mesma convencia que o psiquiatra era a solução, ou até mesmo um internamento.





         - Maristela, se ele realmente não estiver bem da cabeça, fez o que fez ontem por delírio apenas.
         - Delírio não, foi por maldade! Eu reconheço quando algo não é bom, Lázaro.
         - Mas ele ter levado a sua boneca não foi algo surpreendente, o que há de mal nisso?
         - Levou a boneca de propósito! Citou o nome da nossa mãe, mesmo sabendo que ele a tirou do mundo!
         - Eu não vejo por esse lado se ele realmente não estiver ciente do que fez. Ouça, eu vou agora mesmo para a fazenda, e terei uma conversa direta com os guardas.
         - Nisso eu concordo, afinal para quê estão lá se não for para vigiá-lo?
         - Tentarei esclarecer as coisas, fique calma!   - Lázaro se retirou.






         - Branca, você concorda comigo, não é mesmo?
         - Concordo, claro! Mas o Lázaro também tem razão ao dizer que talvez a ação do Barão se deve a falta de memória.
         - Não perdeu a memória coisa nenhuma! Pode ser perturbado pela mente pesada, mas não passa disso.
         - Fique tranquila, sim? Mudando de assunto, quer dizer então que Berenice está de namorado, e é o doutor?
         - É sim, como eu disse foi no jantar de ontem que tudo aconteceu.
         - Não fiquei sabendo do jantar.
         - Foi algo pequeno, apenas para nós. Esperamos ter uma oportunidade de um jantar maior, mas no momento não havia um ar para isso.
         - Deseje felicidades para ela em meu nome, sim?
         - Claro! Obrigada! Falando nisso eu saí e nem avisei para onde iria. Ela e Peixoto devem ter se preocupado.
         - Imagino que sim.
         - Bom, obrigada por me ouvir, Branca! Eu já estou de saída.
         - Não quer tomar um chá, ou um café?
         - Fica para um outro dia, sim? Até logo!
         - Eu a acompanho até a porta! 













                    Dandára correu escondida até Edmundo. No meio do mato se abaixou, e cochichou rápido para ele que tentava não se mostrar distraído, para não chamar atenção dos capatazes.





         - O que foi Dandára?
         - Venho da cozinha, a minha mãe disse que ontem à noite o Barão saiu pra pertubar a dona Maristela. Parece que ela o enfrentou com fúria!
         - Mas eu achei que ele não pudesse sair da fazenda, é contra a lei!
         - Também pensei, mas a peste deve ter comprado um outro capataz.
         - Quem contou isso para a dona Cila?
         - O filho mais velho, Lázaro, está aqui. Ela disse que agora mesmo ele está em reunião com os guardas que o ministro colocou como vigias.
         - O Barão passou a perna em todos outra vez.
         - Sim... De novo!
         - Isso quer dizer que talvez ele não esteja tão louco assim.
         - Ou pode confirmar uma loucura maior! Ouça, continue atento... Nesse homem não se pode confiar de jeito nenhum!
         - Não confio nunca. Mas volte, Dandára... Se te pegam aqui, escondida...
         - Eu já sei. Fica de olho!













                    Lázaro estava no escritório do Barão enquanto o mesmo dormia. Ele tinha a companhia dos três guardas que ficaram responsáveis de impedir qualquer fuga do Barão.





Escrava Sinhá [Concluída]Where stories live. Discover now